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Relato do Caçador – Encontro com Beru

Desci sozinho à masmorra, onde o ar pesado e o silêncio sufocante anunciavam algo antinatural. Quando Beru surgiu das sombras, seus olhos amarelados invadiram minha mente como lâminas. Fui tomado por visões distorcidas: memórias da infância misturadas a sussurros que imitavam vozes conhecidas, imagens de mim mesmo morto e versões monstruosas da criatura usando meu próprio rosto. Era impossível distinguir o que era real — só existia medo, pulsando, moldando meus pensamentos.

Não sei como escapei, apenas acordei na saída, coberto de terra e tremores. Desde então, vivo cercado por ecos de asas que ninguém mais ouve e sombras que parecem me seguir. A verdadeira cicatriz não está no meu corpo, mas na certeza de que Beru levou algo de mim e deixou algo dela em troca — um fragmento que continua me observando nas horas mais silenciosas da noite.