Desde pequena, sempre fui uma criança inquieta. Minha mente parecia nunca descansar, sempre cheia de pensamentos acelerados, preocupações que nem eu sabia de onde vinham. Lembro das noites que passava em claro, dos momentos em que sentia um aperto no peito sem explicação. Cresci ouvindo que era "normal", que era só coisa da idade, mas conforme os anos passaram, percebi que a ansiedade era uma parte de mim.
Hoje, aos 34 anos, minha vida mudou completamente. Sou mãe do meu pequeno Davi, de 9 meses, e isso trouxe um novo significado para minha existência. No começo, confesso que o medo me consumia – será que eu daria conta? Será que saberia ser a mãe que ele precisa? Mas, dia após dia, aprendi que não preciso ser perfeita, apenas presente.
Meus momentos de relaxamento hoje são diferentes do que eram antes. Antes, eu achava que precisava de algo grandioso para aliviar a ansiedade. Agora, aprendi a encontrar paz nos pequenos detalhes. Ouvir músicas que me acalmam, desde um bom MPB até lo-fi instrumental, faz com que eu desacelere e respire. Gosto de colocar uma playlist tranquila enquanto balanço o carrinho do Davi para fazê-lo dormir. Aquele momento, entre uma canção suave e o som da respiração dele, se tornou um refúgio para mim.
Além da música, escrever tem sido uma válvula de escape. Sempre gostei de colocar sentimentos no papel, mas só recentemente entendi o quanto isso me ajuda a organizar meus pensamentos e aliviar a carga emocional. Algumas noites, depois que Davi dorme, me sento e apenas escrevo sobre o dia – sobre as dificuldades, as vitórias, sobre como, apesar do cansaço, sou grata por cada segundo ao lado dele.
Se há algo que aprendi nessa caminhada, é que ansiedade não some da noite para o dia. Mas podemos encontrar formas de conviver com ela sem deixar que nos controle. E hoje, mais do que nunca, vejo que minha maior vitória não foi "vencer a ansiedade", mas aprender a viver em harmonia com ela, encontrando paz nas pequenas coisas e, acima de tudo, no amor que me cerca todos os dias.
-Yumi | Iron Hotel