Nas profundezas de uma floresta antiga, uma aranha negra tecia sua teia com cuidado, entrelaçando-a com olhos de diferentes criaturas. Diziam que, ao devorar os olhos de suas presas, ela absorvia fragmentos de suas vidas, sentimentos e sonhos, como se cada fio de sua teia contivesse uma história inacabada. Ninguém sabia ao certo se era verdade, mas a escuridão ao seu redor sempre parecia carregada de memórias silenciosas.
Numa noite de luar, a aranha capturou um par de olhos incomuns (claros como a luz da manhã). Como de costume, foi devorando um a um dos olhos capturados, mas ela não imaginava que algo inesperado estava prestes a acontecer...
A aranha, ao consumir o último par de olhos, percebeu que, em vez de meras histórias, havia coletado fragmentos de vidas, sonhos e anseios. Com isso, decidiu que, ao invés de apenas devorar, começaria a contar essas histórias em sua teia, transformando dor em beleza. E assim, na escuridão, tornou-se uma guardiã das memórias, tecendo não apenas fios de captura, mas também de esperança, prometendo nunca esquecer aqueles que alimentaram sua arte.
Ummagumma - Habblive