JustPaste.it

Em noites silenciosas, o urso voava sem pressa, carregando lembranças esquecidas. Pousava nos quartos onde crianças choravam por brinquedos perdidos e adultos esqueciam quem já foram. Com um toque sutil, reacendia memórias, um cheiro, um riso e um calor no peito. Não buscava gratidão, apenas silêncio e continuidade. Cada visita costurava um fragmento de tempo em seu corpo gasto. E antes do amanhecer, voltava à caixa, como se nunca tivesse saído. As asas remendadas tremulavam como páginas antigas virando ao vento. E assim, noite após noite, ele seguia, guardião mudo da infância que insiste em não morrer.