No âmago de sua peregrinação cósmica, a entidade de luz esmeralda recolhia fragmentos esquecidos, como quem junta cacos de vidro após uma tempestade. Cada narrativa apagada pelas eras era guardada em seu peito, tecida em fios translúcidos que cintilavam como memórias vivas. Com o toque de suas mãos, podia restaurar canções perdidas, ressuscitar povos esquecidos e dar nova voz às constelações que já haviam se calado. Porém, o peso desse dom era cruel: quanto mais histórias ela carregava, mais tênue se tornava sua própria essência. Ainda assim, avançava, pois sabia que, se um dia deixasse de guardar as vozes apagadas, o universo inteiro sucumbiria ao vazio do esquecimento.
Nub - Habblive