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O Jardim Esquecido que Despertou

Escondido por entre muros cobertos de hera e séculos de esquecimento, o jardim secreto era um mundo à parte, intocado pelo tempo. A porta de ferro, coberta de musgo e entrelaçada por cipós, rangeu suavemente quando Mary girou a chave antiga, como se despertasse de um sono profundo. Ao dar o primeiro passo para dentro, o ar pareceu diferente – mais puro, carregado com o aroma doce de flores adormecidas que finalmente despertavam.

 

No centro, um carvalho antigo erguia seus galhos retorcidos como braços protetores, lançando sombras dançantes sobre os canteiros. E ali, espalhadas em harmonia pelo jardim, surgiam as majestosas rosas azuladas, com alinhadas pétalas cristalizadas, que pareciam capturar o orvalho da manhã em sua superfície reluzente. Seu brilho delicado refletia a luz do sol em pequenos feixes cintilantes, como se a própria primavera tivesse tecido joias entre as folhas.

 

Pequenos riachos serpenteavam entre pedras lisas, seu murmúrio suave misturando-se ao canto dos pássaros que encontraram refúgio nos galhos floridos. Rosas trepadeiras subiam pelas colunas de mármore de um pavilhão esquecido, suas raízes abraçando o solo com uma devoção silenciosa. Borboletas de asas translúcidas pairavam sobre os lírios prateados que brotavam entre as samambaias, e vaga-lumes piscavam sob a sombra das cerejeiras floridas ao entardecer.

 

Cada detalhe do jardim parecia sussurrar segredos de um passado longínquo, aguardando mãos cuidadosas para trazê-lo de volta à vida. O coração de Mary, antes pesado com a solidão, agora pulsava em sintonia com esse pequeno universo escondido, onde a natureza e a menina desabrochavam juntas.