Na calada da noite, quando as sombras se estendiam como garras pela floresta, os irmãos Valmont reuniam-se no sótão ancestral da mansão, cercados por velas que tremeluziram com uma vida própria. A cada Halloween, eles se tornavam mais audaciosos em sua busca por almas perdidas, atraídos pelas lendas que ecoavam entre as árvores.
Movidos por uma curiosidade insaciável e uma sede de poder, os irmãos criaram um ritual: desenhar símbolos nas folhas caídas e invocar as entidades que tanto os fascinavam. A cada invocação, as vozes sussurrantes se tornavam mais claras, prometendo segredos ocultos e um mundo além da morte. No entanto, quanto mais se aprofundavam, mais sentiam o peso das almas que haviam sido devoradas pelo próprio legado de sua família.
Na noite em que o véu entre os mundos se tornava mais fino, os irmãos decidiram descer ao coração da floresta. O ar estava impregnado de um frio sobrenatural, e os ecos de lamentos os guiavam. À medida que se aproximavam de um antigo altar coberto de musgo, perceberam que estavam sendo observados. Uma sombra imensa emergiu, e, em um momento de revelação, entenderam que as almas não eram meras presas, mas partes de um ciclo eterno de sofrimento.
Diante da escolha de libertá-las ou usá-las para fortalecer seu poder, os irmãos hesitaram. Cada um lutava com seus próprios demônios, e a floresta parecia pulsar com suas decisões. Assim, a busca por almas se tornava não apenas uma caçada, mas um teste de caráter, onde o que estava em jogo era mais do que a ambição: era a própria essência de suas almas.