O ar se corrompe na presença de Nosferatu. O terror que emana dele não grita, ele apodrece.
Seus dedos alongados são mais do que garras; são a caricatura esquelética da fome, pálidas como galhos mortos que jamais souberam o que era a seiva da vida. Aquela mão grotesca, fria como a cera do túmulo, é a extensão visível de uma vontade pestilenta. É o instrumento que Orlok usa para profanar.
Ao se moverem, aquelas pontas afiadas não ameaçam a pele, mas a própria vitalidade que pulsa nos corações. Elas guiam as sombras, e as sombras trazem os ratos e a praga.
Olhar para elas é encarar a decadência que aflora da cripta, o pavor de ser tocado por algo que não apenas rouba a vida, mas a torna doentia. A mente hesita, pois sabe que, sob aquele toque, o sacrifício será completo, silencioso e inevitável.
MaiaMaionese