O medo que Nosferatu provoca nasce de de uma presença que parece antiga demais para caber no mundo dos vivos. Há algo de errado, algo que o corpo humano não conseguiria reproduzir. Ele se arrasta nas sombras como um pesadelo, e é justamente essa estranheza que perturba, o silêncio entre cada passo, o olhar imóvel que parece adentrar a alma.
Mas são os dedos de Nosferatu que mais gelam o sangue. Longos, quase ossudos, eles se estendem como garras que não tocam, apenas anunciam o toque. Há neles uma promessa de profanação, como se pudessem violar não apenas a carne, mas também a fronteira entre o que é humano e o que não é. Quando suas mãos se projetam nas paredes, em sombras distorcidas, o medo se torna físico. Nosferatu não precisa falar. É o medo puro, o medo que nasce do simples fato de existir algo tão morto e ainda assim tão vivo diante de nós.