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ORIGEM DA FAMÍLIA VILLELA


Na história de Portugal, a palavra Vilela foi e é nome de lugar, freqüente na Galiza e em Portugal - por exemplo, o distrito de Vilela de Arcos de Valdevez - com o significado de diminutivo de vila, constante de documentos desde o século X. O mesmo acontece com a palavra Villèle na França (condato de Villèle), Como sobrenome, aparece inicialmente acompanhado da preposição de : De Vilela. A primeira pessoa de sobrenome Vilela com referência direta na história lusa é Rodrigo Anes Villela, já sem a preposição de, e sem data indicada, citado na publicação DESCOBRIMENTOS PORTUGUESES. 

O Vilela seguinte é o padre Gaspar Villela, que nasceu em Aviz, distrito de Portalegre (Alentejo), em 1524, e foi missionário no Oriente. Talvez tenha sido o primeiro ocidental a percorrer extensivamente todo o Japão, lá ficando por muitos anos, a ponto de escrever dissertações em língua japonesa. De acordo com a tradição de inteligência e cultura, bem como de inclinação para historiadores, entre os Vilelas, Gaspar Villela escreveu uma HISTÓRIA DA VIDA DOS SANTOS e deixou precioso acervo de cartas. Faleceu no ano de 1571, em Goa, onde certamente conviveu com três portugueses célebres: o poeta Luís de Camões, o escritor Fernão Mendes Pinto e o médico Garcia de Orta. Estamos estudando possível relacionamento direto ou indireto entre Gaspar Vilela e os jesuítas, especialmente com o luso Simão Rodrigues e o basco São Francisco Xavier.

Primeira Origem em Portugal
Vilellas: Procedem de Antão Vilella, fidalgo da Caza del Rey que passou a esta Ilha, e povoou no lugar da Ribeyra Brava, onde teve boa fazenda. Cazou primeira ves com D. Maria de Bettencurt viuva de Alvaro Vaz, e filha de Henrique de Bettencurt o Frances, e de sua mulher Izabel Fernandes Tavares; deste matrimonio foi filha unica D. Maria de Bettencurt Vilella, qual cazou com João Ferreyra do Pô, filho de João Lopes de Siqueira, o da Lombada, e de Branca Affonso Ferreyra sua mulher, dos quais falamos ja no ap//pellido de Siqueira; e por este cazamento, tomarão os daquella familia, este appellido herdando os bens desta caza, por falta de descendencia. Cazou segunda vez Antão Vilella, por falecimento desta mulher, com Guimar Ferreira, irmaã de seu genro; a qual faleseu em 2. de Mayo de 1504., e devia ser ja velho quando celebrou este segundo amtrimonio; porque em 25. de Fevereiro de 1501., por hua Provizão que achamos no Archivo da Camara do Funchal, constituhio El Rey D. Manoel, ao dito Antão Vilella Juis dos fogos desta Ilha, chamandolhe Escudeiro da sua caza. Deste segundo matrimonio, entre outros filhos, que falecerão solteyros, naceu Gaspar Vilella, que teve o foro de fidalgo, e foi comendador da ordem de Christo, achouse com o Infante D. Luis na jornada de Tunes o anno de 1535., e servio vom grande valor em Africa, como referem Gaspar Furtuozo, e Manoel de Faria e Souza; e com elegancia o disse tambem Manoel Thomas:


Vilelas --- procedem de Antão Vilela, Cavaleiro, Fidalgo da Casa Real, que viveu na Ribeira Brava e casou, a primeira vez, por 1500, com Maria de Bettencourt (dos Bettencourts), e a segunda, por 1520, com Guiomar Ferreira, filha de João Lopes de Sequeira, o da Lombada, e de Branca Afonso Ferreira (dos Pós), deixando geração de ambas, numerosa e distinta.


A Família Villela

(atualizado em 23-Fevereiro-2008)



Originária da freguesia de Santa Maria das Palmeiras nos arredores de Braga-Portugal a família Villela foi amplamente estudada em as “Três Ilhoas” de José Guimarães, livro que continua a ser a fonte de referência principal.



Custódio Villela e Felicia de Cerqueira, casal tronco da família “Villela”, se casaram aos 05-06-1707 na citada freguesia de Santa Maria das Palmeiras. Ele era filho de João Villela e Hyeronima Lourença do lugar de Galego.

Felicia era filha de Francisco Serqueira e Ângela Fernandes, moradores no lugar de Vilarinho, casados em 23-10-1686, neta paterna de Domingos Francisco e Catarina Francisca, neta materna de Domingos Gonçalves e Maria Fernandes.

(pesq. Luiz Gustavo de Sillos) Freguesia de Santa Maria das Palmeiras, Braga-PT casamentos de 1696 a 1717 (misto), Custodio Villella filho legitimo de João Villella, e sua molher Hyeronima Lourenca ja defuntos moradores que forão no lugar de Gallego desta freguesia (...) com Felicia Serqueira filha legitima de Francisco Serqueira e de sua molher Angela Fernandes ja defuntos moradores que forão no lugar de Villarinho (...). Data do Casamento: 05-JUN-1707



(pesq. Luiz Gustavo de Sillos) Freguesia de Santa Maria das Palmeiras, Braga-PT casamentos de 1668 a 1696 (misto), Frco Serqrª e Angela frz. Aos vinte e tres de 8bro de mil e seis centos e oitenta e seis annos em minha presença na forma do sagrado concilio Trid se receberao Frco Serqrª fº de Dos frco e de Cna frca com Angela frz fª de Dos Glz e de Ma Frz todos de vilarinho ...



Neste esboço somente apresentamos dados obtidos a partir de documentos paroquiais, cartoriais e outros que permitem alguns acréscimos e retificações sobre a descendência de dois irmãos, filhos do casal Custódio Villela e Felícia de Cerqueira:



I - Domingos Villela

II - André Villela de Cerqueira



I - Domingos Villela

(atualizado em 30-Outubro-2006)



Domingos Villela, natural da citada Freguesia de Santa Maria das Palmeiras, casou com Maria do Espírito Santo, natural da Freguesia de São João del Rei-MG, filha da Ilhoa Júlia Maria da Caridade e de Diogo Garcia recebendo 3.000 Cruzados de dote e mais alfaias (testamento de Diogo Garcia, neste site).

O casal se estabeleceu em sua Fazenda do Morro da Boa Vista em Serranos, freguesia de Aiuruoca, onde Domingos recebeu sesmaria com data de 1753 (transcrição neste site). Maria do Espírito Santo faleceu em Aiuruoca no estado de viúva, aos 30-06-1810 com testamento redigido em março do mesmo ano (neste site), onde declara que tiveram uma prole de onze filhos. Seu inventário foi aberto na Vila de Campanha da Princesa em 1811 por seu filho Joaquim Manoel.



Dos onze filhos que chegaram à idade adulta, somente quatro permaneceram em Serranos-MG:

Manoel Tomás Villela, Cap. 1º

Joaquim Manoel do Nascimento Villela, capitão Cap. 2º

Francisco Tomás Villela, alferes Cap. 3º

Domingos Villela (filho), alferes Cap. 4º



Dois filhos se estabeleceram em Santa Catarina (atual Natércia)-MG:

Antonio Villela de Siqueira ( ou Cerqueira) Cap. 5º

Felícia Maria Villela Cap. 6º



Quatro filhos se estabeleceram na região de Três Pontas, Boa Esperança e Coqueiral-MG.

Maria Villela do Espírito Santo Cap. 7º

José Joaquim Villela Cap. 8º

Teresa Villela do Espírito Santo Cap. 9º

Ana Villela de Assunção Cap. 10º



Em Carmo da Cachoeira-MG, se estabeleceu:

Mariana Villela do Espírito Santo Cap. 11º





II - André Villela de Cerqueira

(atualizado em 16-Janeiro-2007)



Filho de Custódio Villela e Felícia de Cerqueira, nascido e batizado na freguesia de Santa Maria das Palmeiras, Arcebispado de Braga, Portugal. Casou, em Guaratinguetá-SP em 1753, com Maria Fialho da Silva, filha de João da Costa Fialho e Felipa.

Casamentos de Guaratingueta - 1753; Copia de Gastão de Meireles França; RGB nº 7: N.º 217 - André Vilela de Cerqueira, da Freguesia de Santa Maria, termo de Braga, filho de Custódio Vilela e Felicia de Cerqueira, com Maria Fialho da Silva, desta, filha de João da Costa Fialho e Felipa de ----.

André faleceu com testamento aberto em 02-06-1779 (inventário e testamento neste site).

Deixaram sete filhos todos nascidos e batizados em Guaratinguetá-SP, mas falecidos em Minas Gerais:



1- Maria Villela Fialho (ou de Cerqueira) inventariante do pai. Nasceu em 21-04-1755 e foi batizada pelo Padre João de Morais e Aguiar tendo como padrinho o avô materno João da Costa Fialho. Era solteira aos 75 anos em 1830 quando do falecimento de sua irmã Ana. Faleceu antes de 1840 quando do inventario de seu irmão Custódio (inventário e testamento neste site);



2- Ana Villela (Cerqueira) Fialho. Batizada em 17-05-1757 em Guaratinguetá tendo por padrinho Manoel Nogueira. Faleceu solteira em Boa Esperança-MG em 1830, onde foi sepultada na Matriz de Nossa Senhora das Dores. Sem descendentes, herdaram seus irmãos. (inventário neste site).



3- Mariana Villela da Silva, batizada em 29-07-1759 em Guaratinguetá tendo por padrinhos o Sargento-mor Antonio Galvão,viúvo e Maria da Conceição, casada.



4- José, já não comparece no inventário da irmã Ana (1830)



5- Antonio Villela e Silva, solteiro em 1842. Batizado em 13-02-1765 tendo por padrinhos Manoel Nogueira e Isabel Leite de Barros. Após a morte do pai foi morar em Aiuruoca em companhia de um seu tio. Em 1831, morava em Boa Esperança (Mapa de População) solteiro ainda em 1850 com 84 anos (qualificação de eleitores de Boa Esperança- APM –PP1/11 cx36 doc 22)

Censo de Boa Esperança - MG - 30-11-1831, fogo 179

Antonio Vilella e S.ª, br. 67 anos, solteiro agricultor.

Perpétua Maria, parda, 64, solteira, fiadeira.

14 cativos



6- Custódio Villela Palmeira, padre. Batizado em 27-09-1767 tendo por padrinhos Manoel Pires Romeiro e Ana Maria, mulher de Francisco Marques. Faleceu em Serranos-MG em 1842 (testamento e inventário neste site);



7- João Villela Fialho, nascido por 1769, inventariante da irmã Ana em 1830. Em Lavras do Funil aos 05-08-1811, casou com Mariana Rosa de Moraes, nascida por 1791, filha de Joaquim Lopes de Siqueira e Leonarda Maria de Moraes.

Casamentos - Sta Ana das Lavras do Funil, aos 05-08-1811 Ermida S. João Nepomuceno, João Villela Fialho, f.l. de Andre Villela de Siqr.ª e Maria Fialho; = cc. Marianna Roza de Moraes, f.l. de Joaquim Lopes de Seqr.ª e Leonarda Maria de Moraes. Nts/bts freguesia Lavras.



(duplicata) Casamentos - Sta Ana das Lavras do Funil, aos 05-08-1811 Cap. das Dores, João Vilella Fialho f.l. Antonio(sic) Vilella de Siqr.ª e Maria Fialho; = cc. Mariana Roza de M.s, f.l. Joaquim Lop.s de Siqr.ª e Maria de M.s. Nts/bts nesta


Foram moradores em Boa Esperança onde foram recenseados em 1831, e onde João ainda morava em 1850, viúvo com 74 anos, no quarteirão 11. (qualificação de eleitores APM PP1/11 cx36 doc22)



Censo de Boa Esperança - MG - 30-11-1831, fogo 178:

João Vilella Fialho, br., 62 anos, cc. agricultor

Marianna Roza de Moraes, br., 40 anos, cc. fiadeira

Maria Villela, br., 19 anos, solteira, fiadeira

Anna Vilella, br. 16 anos, solteira, fiadeira

Marianna Viella, 15 anos, solteira, fiadeira

Joanna Vilella, br. 14 anos, solteira, idem

Leonarda Vilella, br. 12, idem

João Vilella, br, 10 anos

Felicia, br. 8 anos

Teresa, br. 7 anos

Emerenciana, br. 6 anos.

Antonio Vilella, br., 4 anos

Custódio, br. 2 anos

13 cativos



7-1 Maria Villela, com 19 anos em 1831, solteira.

7-2 Ana Villela, nascida por 1815, solteira em 1831.

7-4 Mariana Villela e Silva, por 1816, idem. Faleceu solteira, sem descendentes, com testamento aberto aos 26-07-1879 onde nomeou herdeira a irmã Joana. (inventário neste site)

7-5 Joana Batista Villela, por 1817. Herdeira da irmã Mariana supra.

7-6 Leonarda Villela, nascida por 1819.

7-7 João Villela Fialho, com 10 anos em 1831. Segundo testamenteiro da irmã Mariana. Casou com Maria Vitória Resende (ou Branquinho), filha de Alexandre Gomes Branquinho e Ana Emidia de Resende (estudo “Domingos dos Reis e Silva” § 4º, 8-1).

João e Maria em 1870 viviam “em seu engenho” em Carmo da Cachoeira, termo de Varginha-MG ( Almanaque Mineiro Assis Brasil para o ano de 1870).

Maria Vitória faleceu na fazenda dos Pinheiros na Freguesia de Luminárias, Termo de Lavras, em 31-06-1884 e deixou de seu casal, segundo seu inventário (neste site), cinco filhos:

7-7-1 João Tomás de Aquino Villela, casado com Amélia Augusta Villela da Silva. Amélia faleceu aos 24-12-1891, na Fazenda da Laje, Distrito de Luminárias, da cidade de Lavras. Foi inventariada pelo viúvo em 31-03-1892. Em 1894 João Tomás residia na Fazenda Mata Vacas.

Em seu inventário (neste site), compareceram quatro filhos:

7-7-1-1 Maria Carmem, nascida em 18 de Fevereiro de 1883.

7-7-1-2- Cora Bernier nascida em 8 de Julho de 1885.

7-7-1-3 Armando Duplessis nascido em 3 de Dezembro de 1886.

7-7-1-4 Coralina Otina nascida em 5 de Maio de 1888.



7-7-2 Ana Emidia Villela, casada com João de Resende Branquinho, filho de Alexandre Gomes Branquinho e Ana Emídia de Resende já citados (estudo “Domingos dos Reis e Silva” § 4º, 8-6).

7-7-3 Maria Balbina Villela, casada com João Villela de Resende.

7-7-4 Mariana Eudoxia Villela, solteira com 21 anos em 1884. Casou com José Cândido Villela, moradores em Lavras, onde os bens de Mariana foram partilhados em 1887 por seu pai João Villela Fialho e pelo viúvo. (inventário neste site)

7-7-5 Antonio de Resende Villela, com 16 anos. Em 1894 estava casado com Corina Eulália de Oliveira, moradores na Fazenda do Taquaral em Luminárias, conforme declaração no inventário da cunhada Amélia Augusta.



7-8 Felícia, nascida por 1823.

7-9 Teresa, por 1824.

7-10 Emerenciana, por 1825.

7-11 Custódio Villela Palmeira, com 2 anos em 1831. Foi o Testamenteiro e Inventariante da irmã Mariana. Juiz de Paz em Carmo da Cachoeira em 1870. (Almanaque Mineiro- Assis Martins).

Casou com Jacinta Ponciana de Resende, irmã de Maria Vitória de Resende (7-7 supra), filhas de Alexandre Gomes Branquinho e Ana Emidia de Rezende, netas paternas de Jose Joaquim Gomes Branquinho e Maria Vitoria dos Reis, netas maternas de Joaquim Fernandes Ribeiro de Rezende e Jacinta Ponciana Branquinho (estudo “Domingos dos Reis e Silva” § 4º, 8-2).

Pais de, q.d.:

7-11-1 Alexandre Villela de Resende, morador em Varginha, em 1890 requereu dispensa de consanguinidade em terceiro grau linha colateral e em quarto grau atinente ao terceiro (processo matrimonial neste site) para se casar com Mariana Carolina de Oliveira, de Três Corações (Cap. 11º, 6-3-2 neste estudo), filha de Manoel Cecílio de Oliveira e Cândida Emilia de Resende, neta paterna de Manoel Francisco de Oliveira e Francelina Umbelina de Arantes, neta materna de Rafael dos Reis e Silva e Maria Francelina de Resende.

 

 

Pesquisa feita por: José Hilton Andrade Vilela, hiltonvilela@gmail.com,  @hiltonvilela

2008