Nome do personagem; Woo Nicolas
Faceclaim; Kim Kyungjun - Modelo
Data de nascimento e idade completa; 02 de Setembro de 1999 - 25 anos
Etnia e nacionalidade; Coreano, coreano-americano.
Ocupação; Estudante de engenharia mecânica e entregador na Au Nom de La Rose.
Distrito; Pudong
User da conta; https://bsky.app/profile/ninimzh.woke.cat
Temas de interesse; Todos.
Biografia;
Nascido nos Estados Unidos, Nicolas cresceu em uma família de pais quase completamente ausentes, assim como a maioria dos herdeiros de seu convívio. A mãe, bailarina, vivia cuidando de sua academia de dança, enquanto seu pai se ocupava exclusivamente com aulas e concertos de piano - apesar de toda a fortuna atrelada ao seu sobrenome vir da influência da família na indústria farmacêutica. Viveu entre babás e empregadas, tendo sempre que ouvir que seus pais estavam ocupados demais construindo o futuro dele, mas que em algum momento voltariam para casa. Eles eventualmente voltavam, mas não tinham tato algum com o filho. Os encontros eram quase mecânicos demais, os carinhos automáticos, o interesse forçado; a falta de convivência afastou ambos do menino, que preferia ficar agarrado em uma das pernas da babá à recebê-los na porta. E os anos se arrastaram assim, com a distância entre os três se tornando cada vez maior.
O tempo livre do casal era sempre preenchido, em sua maior parte, com jantares e coquetéis; eventos que frequentemente aconteciam na casa abastada da família na Flórida. Eles sempre exibiam o filho como um troféu, se gabando da educação do menino e de suas notas sempre altas, apesar de sequer terem uma relação minimamente próxima. Faziam ele mostrar como era bom em outros idiomas, como tinha sensibilidade para artes e como seria um bom partido para qualquer futura esposa. Era tratado como se fosse o produto especial de um canal de vendas. No fim, ele acabava tocando Bach no piano e fingindo adorar todos aqueles interesseiros rasgando elogios por conveniência. Aquilo era perfeito para uma família asiática que vivia de aparências.
Quando estava iniciando o ensino médio, as brigas começaram a acontecer. Ele aprendeu cedo a nunca se envolver nos assuntos dos pais, mas foi ficando difícil quando os gritos se tornaram mais altos e o choro da mãe preenchia a casa enorme dos Woo. Ainda assim, ele tentou ser obediente, o filho-modelo que o casal sempre ostentou. Nicolas colocava os fones de ouvido e estudava até os olhos lacrimejarem, porque não queria um futuro como aquele. Não queria ser um "bom partido" e acabar em um casamento miserável como o de seus pais, ele queria ser alguém pra si mesmo.
Foi em uma festa de Natal que tudo desabou completamente. Em meio aos parentes de ambos os lados da família, seu pai revelou que a esposa vinha tendo um caso com o atual marido de sua irmã. Entre choros e muita gritaria, Nicolas permaneceu em silêncio e só assistiu enquanto seu mundo se desfazia. E em nenhum momento qualquer um dos dois se lembrou dele, sempre presos demais nos próprios problemas.
Os meses que se seguiram não foram menos caóticos, mas deram à ele uma chance de ter uma vida de verdade. Sua tia, a outra traída da história, decidiu se mudar para lidar com negócios da família na China; sem o marido, a mulher teria muitas adaptações a fazer. Levaria com ela a própria filha, mas insistiu que Nicolas as acompanhasse, tendo em vista que o irmão sequer parecia conhecer ou saber lidar com o menino. O homem hesitou por puro orgulho, mas eventualmente abriu mão do resto da criação da qual ele sequer havia participado alguma vez.
Nicolas, sempre tão reservado e comportado, começou a descobrir quem realmente era naquele país estrangeiro. A barreira linguística não foi de fato um empecilho, e as diferenças culturais, junto ao real amor familiar, moldaram o adolescente na pessoa que ele sempre quis ser. Com o tempo, o peso do sobrenome passou a não fazer diferença alguma ali. Ele ouvia algumas coisas que não gostava, mas a conclusão do ensino médio veio com méritos, amigos e um namorado; e era incrível que ainda tivesse mais de si mesmo para descobrir. O amor pela arte continuava presente nele, mas suas descobertas pessoais também incluíam novas aspirações — e não vocações. Era a primeira vez que enxergava seu futuro como um leque de possibilidades.
Com liberdade para escolher o que faria a partir dali, Nicolas percebeu que Pequim já não fazia mais tanto sentido. Depois de descobrir que tinha voz e que finalmente era sua própria pessoa, ele tinha uma vontade irremediável de experimentar coisas novas. Assim veio a decisão de estudar verdadeiramente longe de sua casa atual: em Xangai, na universidade que vinha namorando desde que começou suas provas finais. O apartamento seria um presente por sua formatura, mas (quase) todo o resto seria por conta dele — desde que prometesse não esconder caso as coisas pesassem demais.
Agora, mesmo focado demais em planejar a carreira na engenharia e em harmonizar uma vida com estranhos, Nicolas ainda relê a mensagem de "parabéns" enviada pelo pai em seu primeiro semestre ali, sem saber se algum dia terá coragem de responder.