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Pergaminho Sagrado

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Há noites em que o vento sopra como uma voz antiga, me chamando pelo nome que já não me pertence mais. E eu respondo, em silêncio, porque sei que ninguém mais me ouve, nem mesmo Deus.

Fui homem um dia, fui carne, respiração e fé, e amei uma mulher cuja presença fazia o mundo parecer vivo e interresante de se viver. O brilho dos olhos dela era mais forte que o próprio amanhecer, me atingia intensamente, e talvez por isso o sol tenha me odiado desde então. Ela partiu antes de mim, como todos partem, e eu incapaz de aceitar o vazio, procurei poder onde devia ter buscado consolo. Foi assim que a noite me acolheu, fria, eterna e silenciosa. E quando o primeiro sangue tocou minha língua, soube que nunca mais conheceria a paz. Desde então, vi a beleza perder o sentido, e o amor se tornar uma lembrança que dói mais do que qualquer maldição.
Porém ainda busco o reflexo dela nas sombras de cada rosto, em cada batimento de coração que escuto à distância. Há noites em que fecho os olhos e imagino o rosto dela, por um breve momento, acredito que o tempo pode se curvar ao amor. Mas então o sino da meia-noite ecoa, e eu me recordo de quem sou, o príncipe da escuridão, condenado a amar o impossível. Mesmo agora, séculos depois, teu nome, Elisabeta, ainda me atravessa como uma lâmina fina e gelada.

 

Drácula

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Tom -

Iron Hotel