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Continuação do relato. Feito por: Hyunaxx

Ao consumirem as bebidas, alguns passaram mal e nisso bateu o arrependimento. O líquido cuja aparência cedia a normalidade, ao passear pela traqueia corrompia as vértices de sua estrutura. Desamparados, tripulantes distinguiam-se em estados deploráveis, um agrupamento feito de última hora, rendendo quatro estações de calorosas vítimas. De início, a escassez abarrotou a boca. Loucos por água, qualquer redenção que purificasse a combustão, usufruíam da sua natureza para explorar a localidade antes que fosse tardio. Outros, emendados com ânsia, rendiam-se em joelhos, regurgitando vestígios da toxicidade induzida por envenenamento. 
A demanda por salvação forjou uma falsa esperança nos inocentes assim que manifestou-se uma provável solução. Aqueles que não se martirizavam, ou melhor, os aparvalhados espertos, batucavam o território, já cientes da armadilha que terceiros encaixaram na equipe. Tamborilando os dedos em uma das paredes, um rapaz desvendou um apêndice folgado, que libertou um papel com uma mensagem pré-escrita: "Ai de ti, sinto pena. Ai de ti, burrice personificada. Não tua alma, mas teu corpo esmiuçado deixará de existir com o remédio que cedemos aos pecadores para ascenderem. Morra agora, ladrão. Morra agora, ateu."
Este, na altura do campeonato, revirava os globos no bilhete, afobado por ser ludibriado. Surdo dos berros, desviou os olhos da falsa justiça, amedrontado com a notícia. No pavimento, quem um dia fora um bebum estava inapto a ser reconhecido. Garrafas estilhaçadas ao solo, a odiosa bebida alagava o setor, na retaguarda da essência englobada de vômito, cachaça, suor e sangue.

Como? Por quê? Quem?
Questionamentos incapazes de serem respondidos, agora lhe fizeram sentido. Rodeando os cadáveres deformados, um trio sorria de maneira aprazível com a manifestação de um massacre. Fora tudo um plano de companheiros silenciosos, do qual confiaram a irmandade. O que seria do sobrevivente? Bem, quem me dera descobrir. Investigado muito tempo após, não restou sequer um resquício de sua existência. Apenas um lapso criminoso de dossiê exposto, em suas entrelinhas, letras garrafais bradavam um alerta: "não confie em ninguém". Aos familiares, nenhuma justificativa. E tudo isso advindo da ganância. Assim finalizo o relato, com o pesar de mistério abrangendo a sociopatia.