JustPaste.it

Elyn chorava em silêncio, e cada lágrima caía como um pequeno sino na névoa, lembrando-lhe o juramento que o vento levou, mas não apagou.
Nos degraus partidos da Cidade das Almas, ela contava as estações como quem reza: a primavera prometida nunca chegava, e ainda assim seus olhos—dois corações pálidos—insistiam em acender-se.
Às vezes, o seu pranto era um fio de água correndo pelas pedras, outras, uma maré que subia até a moldura vazia do céu, onde imaginava o rosto do viajante.
Quando as ruínas cederam um pouco mais, Elyn apertou o próprio crânio ornado de corações, não em luto pela morte, mas pelo amor que a mantinha viva no que já não tinha vida.
E sempre que uma alma passava, ela sussurrava o nome dele com a delicadeza de quem devolve um segredo ao mundo, e chorava de novo—não por desistir, mas por continuar.
Assim, seus prantos tornaram-se mapa e relógio: linhas de água indicando o caminho da promessa, e o tempo medido não por dias, mas pelo peso doce e terrível de lembrar.
No último eco de cada noite, Elyn jurava ao vazio que esperaria mais uma vez, e o amanhecer—mesmo pálido—lhe fazia chorar um pouco menos, como se o próximo passo dele já ressoasse entre as pedras.
E quando o silêncio parecia definitivo, ela chorava de esperança: porque o castigo do amor que sobrevive ao esquecimento é também sua bênção—fazer da espera um coração que nunca desaba.