Os três irmãos com sua obcessão foram atrás das almas, entretanto, não esperavam que fossem tão assustadoras, seguiram eles para a floresta, lá encontram uma cabana misteriosa, externamente parece misteriosa. Dentro da cabana, o ar estava pesado e o cheiro de mofo invadia as narinas dos irmãos. As paredes eram adornadas com tapeçarias desgastadas que contavam histórias de antigos rituais e pactos esquecidos. No centro da sala, uma mesa de madeira escura estava coberta por objetos estranhos: velas queimadas, cristais reluzentes e um livro encadernado em couro que parecia pulsar com uma energia própria. Os irmãos, excitados pela possibilidade de encontrar os espíritos, se aproximaram da mesa. O mais velho, pegou o livro e, ao abri-lo, uma lufada de vento gélido atravessou a cabana, apagando as velas e mergulhando-os em trevas. O coração dos meninos disparou, mas a curiosidade os manteve firmes. A escuridão parecia viva, envolvendo-os como um manto. Os irmãos trocaram olhares, a tensão palpável entre eles. O ambiente, antes familiar, agora exalava um ar de mistério e perigo, como se os estivesse advertindo para recuar. No entanto, a ideia de descobrir os segredos que ali se escondiam era irresistível.
Um brilho repentino surgiu do fundo da cabana, como um farol no escuro. Era uma passagem, iluminada por uma luz suave que contrastava com a escuridão que os cercava. Sem pensar duas vezes, os irmãos se dirigiram para a luz, guiados por uma mistura de medo e excitação.
Ao atravessarem a passagem, encontraram-se em um jardim encantado, onde as flores brilhavam sob a luz da lua. A atmosfera estava carregada de uma energia palpável, como se a própria terra estivesse vibrando. As plantas dançavam suavemente, e o ar estava impregnado com um perfume doce, mas ao mesmo tempo enigmático.
Porém, mesmo nesse cenário deslumbrante, um sentimento de alerta se instalou em seus corações. As sombras se moviam, formando figuras que pareciam observar cada passo dos irmãos. Eles se entreolharam, compreendendo que haviam cruzado uma fronteira entre o mundo real e o desconhecido.
No centro do jardim, uma figura imponente se destacou. Uma mulher de manto negro, com olhos que brilhavam como estrelas, se aproximou, sua presença imponente e enigmática. A tensão aumentou, e os irmãos sentiram que a verdadeira prova estava apenas começando. O que quer que tivessem buscado agora exigia mais do que coragem; exigia compreensão e sacrifício, o mais novo percebeu que o sacrifício exigido era físico. Eles deveriam entregar algo que representasse sua conexão com o mundo material e, ao mesmo tempo, uma parte de si mesmos. A atmosfera se tornava cada vez mais densa, e a figura misteriosa aguardava. Então o mais velho Arthur retira um colar que herdara de sua mãe, um símbolo de amor e proteção, e o colocou sobre a mesa. Para ele, aquilo representava não apenas um laço familiar, mas também a segurança que sempre buscou. Beatriz, hesitou por um momento e com lágrimas nos olhos, decidiu sacrificar o anel que sempre usava, um presente de sua avó. O anel simbolizava suas esperanças e sonhos, e ela sabia que, ao entregá-lo, estava abrindo mão de suas ambições egoístas em busca de poder. Fernando o mais novo, entregou um pequeno boneco que o acompanhara desde a infância, era o que mais significava para ele. Com um suspiro profundo, ele o colocou ao lado dos outros itens, entendendo que era hora de deixar a infância para trás e abraçar o desconhecido. Então as almas que estavam presas a fazer o mal foram libertadas, entretanto, a mulher de manto negro, não queria libertalos, teriam que deixar um ser vivo com eles.
Com coragem renovada, os irmãos se dirigiram para a floresta em busca de um pequeno ser que estivesse em necessidade. Encontraram um coelho ferido, escondido sob uma moita. Ele olhou para eles com olhos grandes, cheios de medo e desconfiança. Arthur se agachou, sentindo uma onda de compaixão, e, ao olhar para o coelho, percebeu que, ao invés de um sacrifício cruel, poderiam vê-lo como uma oferta de amor e solidariedade.
Beatriz, em um gesto de ternura, acariciou o coelho, e os irmãos conversaram entre si sobre a escolha que estavam prestes a fazer. Eles sabiam que, ao entregar o coelho, estavam aceitando um fardo que não era apenas deles, mas que também representava um ato de proteção para as almas que desejavam libertar.
Retornando à cabana, eles apresentaram o coelho à mulher de manto negro. Com um olhar resoluto, Arthur declarou que estavam dispostos a oferecer o animal em troca da liberdade. A mulher observou atentamente, e uma expressão de aprovação surgiu em seu rosto.
Ao colocar o coelho sobre a mesa, um brilho intenso começou a emanar de seu corpo. As almas amaldiçoadas, sentindo a oferta, começaram a se mover em direção à luz. A mulher levantou as mãos, e a energia ao redor deles aumentou, envolvendo os irmãos e o coelho em uma aura radiante.
Nesse momento, eles entenderam que, embora a escolha tivesse sido dolorosa, estavam agindo com amor e compaixão. A liberdade das almas se concretizou, e o coelho, mesmo em sua fragilidade, se tornara um símbolo de esperança.
Com isso, a mulher de manto negro os liberou para sair, reconhecendo o sacrifício que haviam feito. Os irmãos deixaram a cabana, seus corações pesados, mas cheios de gratidão por terem encontrado uma maneira de honrar a vida e oferecer liberdade, mesmo em meio ao mais difícil dos desafios.
ASS: RhannaGamerBr