JustPaste.it

Texto sobre pensamento intrusivo para o Habblive

Às vezes, quando estou dirigindo pelas estradas vazias da noite, um pensamento intrusivo surge como um farol ofuscante. É como se o próprio asfalto sussurrasse em meu ouvido:

“E se você simplesmente girasse o volante bruscamente? E se você desviasse da pista e voasse para o abismo da escuridão?”

O carro se torna uma extensão de meus pensamentos, uma máquina de possibilidades perigosas. Acelero, e a velocidade me envolve como um abraço frio. As linhas brancas se transformam em raios de luz, e o mundo lá fora se distorce.

“E se você ignorasse o semáforo vermelho? E se você atravessasse a rua cheia de pedestres?”

Os freios parecem frágeis sob meus pés. A adrenalina dança em minhas veias, e eu me pergunto: o que me impede de seguir esses impulsos? O que me mantém na linha, obedecendo às regras da estrada?

“E se você acelerasse até o limite máximo? E se você se tornasse uma flecha de metal, cortando o vento e desafiando o destino?”

Mas então, a razão retorna como um freio de emergência. Eu respiro fundo e seguro o volante com mais força. Lembro-me das vidas que compartilham a estrada comigo, dos rostos que nunca verei, mas que confiam em minha prudência.

E assim, eu resisto aos pensamentos intrusivos, mantendo-me no curso certo. O carro é apenas um veículo, e eu sou o condutor responsável. Mas, às vezes, quando a noite é escura e o silêncio é profundo, eu me pergunto: quem sou eu realmente atrás desse volante? E o que aconteceria se eu cedesse à tentação?

 

 

-Wenny