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 Em uma manhã, Miguel lia um livro encontrado na mansão, buscando respostas. Repentinamente, um ruído ecoou do andar de cima. Miguel subiu as escadas até chegar em uma porta de madeira bruta.

 Ele adentrou o espaço, iluminado apenas por uma fresta de luz solar, sentindo a poeira e o ar frio daquele quarto quase vazio. Seus olhos foram atraídos para um armário no canto, velho como tudo ali, mas preservado.   Miguel agarrou o puxador, depositando força para abri-lo. A porta soltou-se com força liberando uma densa nuvem de poeira branca, que o fez tossir e cobrir o rosto com o braço. Aos poucos, a poeira dissipou-se, Miguel fixou os olhos até enxergar o que estava dentro do móvel. 

 Era um diário com capa de couro desgastado. O jovem, com as mãos trêmulas, pegou-o com cuidado, sentindo a textura áspera. Miguel lia sedento por respostas aquelas páginas amareladas que revelavam segredos sobre a mansão, relatados por algum antigo morador também chamado Miguel.

 No diário, constavam os nomes de todos os que habitaram a mansão, todos profundamente conectados ao local, como se houvesse uma energia especial naquele solo onde a mansão foi erguida. Nas últimas páginas, Miguel sentiu-se tonto ao ler o sobrenome do autor do diário: Sanchez. Uma fraqueza tomou conta de seu corpo ao entender que ele próprio, em outro tempo e vida, escreveu e preparou o diário para ser encontrado por si mesmo.

 Ele estava fadado a reviver a mesma história, a vivenciar os mesmos eventos e desvendar os mesmos mistérios, infinitamente. Sentiu uma mistura de desespero e aceitação ao entender que sua busca pela verdade era tão eterna quanto a mansão. O legado de Miguel Sanchez ecoaria pelos corredores da mansão, tal como seu espírito inquieto.

 

- yunki