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Abril Azul: Otimização de Espaços para Crianças Autistas | Arquitetura Sensorial para Autismo

Abril Azul: Otimização de Espaços para Crianças Autistas | Arquitetura Sensorial para Autismo

 

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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) abrange uma variedade de desafios nas habilidades sociais, comportamentais e de comunicação. A amplitude desse espectro reflete na diversidade das experiências individuais e na intensidade dos desafios enfrentados.

O autismo, como parte desse espectro, é caracterizado pela dificuldade na comunicação e interação social. Intervenções precoces, como acompanhamento psicológico, desempenham um papel crucial na melhoria dessas habilidades.

Psicoterapia, fonoaudiologia, psicopedagogia, terapia ocupacional, atividade física e musicoterapia são atividades frequentemente recomendadas para auxiliar no desenvolvimento das crianças autistas.

Uma área ainda pouco explorada é a adaptação do ambiente físico para proporcionar maior conforto e bem-estar às crianças autistas.

O autismo pode ser compreendido como uma discrepância na percepção entre o indivíduo e o ambiente ao seu redor, resultando em uma confusão na interpretação de estímulos sensoriais. Isso faz com que o mundo externo seja percebido como caótico, com sobrecarga de informações sensoriais.

Os sentidos das crianças autistas ficam hiperativos, captando todos os estímulos ao mesmo tempo, o que pode gerar desconforto e insegurança.

Nesse contexto, arquitetos e designers de interiores têm um papel importante em colaborar para a inclusão dessas crianças no ambiente físico. 

1. **Luzes e Cores:** O excesso de luz solar pode ser mitigado com elementos como persianas e brises, proporcionando uma iluminação difusa. Luz artificial deve ser suave, com a possibilidade de controle dos pontos de luz.

2. **Formas e Texturas:** O uso de formas simples, como círculos e retângulos, é preferível na decoração, evitando estímulos visuais complexos.

3. **Sons:** O ambiente deve ser projetado para minimizar ruídos, com o uso de materiais acústicos e vedação adequada de portas e janelas.

4. **Olfato:** Devem ser evitados materiais com cheiros fortes, além de se utilizar plantas com aroma suave.

5. **Setorização:** Os ambientes devem ser divididos considerando estímulos sensoriais específicos, proporcionando transições suaves entre eles.

6. **O Refúgio:** É importante criar um espaço acolhedor onde a criança possa se retirar em momentos de sobrecarga sensorial.

7. **Equilíbrio:** É essencial encontrar um equilíbrio na variedade e intensidade dos estímulos sensoriais, respeitando os limites individuais de cada criança.

A compreensão do autismo como uma diferença na percepção do ambiente é fundamental para projetar espaços que promovam o bem-estar e a inclusão das crianças autistas. A colaboração entre profissionais de diversas áreas e a sensibilidade para as necessidades individuais são essenciais nesse processo.

[Fontes: Grandin, Temple; Panek, Richard. O cérebro autista: pensando através do espectro. Rio de Janeiro: Record 2016.]