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Há algo de antinatural em Nosferatu, não apenas na palidez que consome seu rosto, mas nos dedos longos e profanos que se estendem como raízes de uma árvore morta, buscando a carne e o medo. Cada movimento seu é uma ameaça silenciosa, e seus dedos, finos e doentios, parecem carregar o toque do cemitério, o frio do mármore e o perfume da decomposição. Quando se aproximam, o ar se torna denso, o coração hesita, e até as sombras recuam, temendo ser tocadas por aquilo que não pertence ao mundo dos vivos. Eles são o prenúncio da morte, o eco do pecado, o gesto que apaga o último resquício de fé. Há algo de perversamente hipnótico em observá-los, como se o próprio medo se dobrasse diante deles. Nosferatu não precisa de gritos, nem de pressa: seus dedos falam por ele, contam histórias de sangue e silêncio, e prometem um destino do qual ninguém desperta.

 

Nub - Habblive