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Não siga os gritos

Era uma tarde de outono, estava em época de colheita, de bastante abundância de frutos e hortaliças. Naquela tarde clara, o sol iluminava o campo dourado de trigo de uma fazenda. Dois amigos brincavam de pega-pega, até que o menino de amarelo teve a brilhante ideia de se esconder nos trigos, pois ficaria camuflado. Já o menino de azul sabia de sua peripécia, não iria ser deixado para trás e o seguiu, o menino azul era bem rápido, disparou em direção ao menino amarelo, até ouvir um barulho próximo a ele, como se alguém tivesse tropeçado. O menino azul sorriu e correu ainda mais rápido, pronto para pegar seu amigo em amarelo. Inocente criança. Em um piscar de olhos os trigos acabaram e rolou barranco abaixo. Após chegar lá em baixo, parecia que a noite havia virado, o silêncio absoluto tomou o lugar que estava, enquanto seu coração disparava, mal tinha noção de seus movimentos, levantando desajeitadamente. Logo abaixo de seu nariz havia um tênis caído, com certeza era de seu amigo de amarelo, mas onde ele estava? Virava a cabeça rapidamente para os lados e apenas encontrava a própria angústia perdido naquele lugar. O menino azul andava cautelosamente pela escura floresta, tentando encontrar seu amigo. Após algum tempo caminhando, ouviu um leve barulho num arbusto, e com esperança nos olhos, ao virar o rosto, vê uma criatura esguia, alta, negra como o mais profundo abismo, com olhos brancos e vazios olhando com sede, mal conseguia ver o restante de seu corpo pois estava grudado na árvore escura. O menino azul no susto corre ao ver a criatura, e no meio da corrida, escuta gritos, reconhecendo ser a voz de seu amigo amarelo, o menino azul se abaixa num arbusto e seu corpo paralisa. Ele não consegue gritar, muito menos se mover. Ele ouve pacientemente a criatura alta passar ao lado do arbusto em que está, a criatura solta chiados humanamente impossíveis enquanto suspira pesadamente para longe. Os gritos continuam. O menino em azul lacrimeja, uma lágrima seguida da outra cai ao lembrar que um velho na fazenda já o contou que se ouvir gritos na floresta, é extremamente perigoso seguir. Mas nunca entendeu o porquê, seu amigo precisava de ajuda. Não pensou duas vezes e correu em direção aos gritos, seu amigo precisava do menino em azul. Ao chegar ao local, se escondeu perto de outro arbusto, onde procurou mais um pouco ao redor, e do outro lado de um lago negro, um menino com uma blusa amarela suja chora. O menino em azul sai do arbusto, feliz em seu amigo está bem e o chama. Mais um espaço de absoluto silêncio, é como se o tempo tivesse parado. O sorriso do menino azul se esvai ao piscar, na sua frente havia apenas o lago, sentiu um ar quente em sua nuca, mas a última coisa que viu foi olhos vazios e profundos. O que sentia logo após isso não é sequer imaginável por nenhuma pessoa sã. Do lado de fora da floresta, apenas gritos eram ouvidos.

Mas era a regra era clara...Se você ouvir gritos, eles com certeza eles já ouviram você.