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O feedback completo do Jonas Marques sobre fones de ouvido

Notas musicais nada mais são do que frequências de onda. O Lá, por exemplo, referenciado pela letra A, é atingido nos 440 HZ. 
(Curiosidade: Isso foi mudando ao longo do tempo. Já se usou 430 e até  460 HZ em determinadas épocas. Mas com o surgimento dos pianos convencionou-se usar 440 HZ).

Mas aqui temos a primeira questão: Se lá é a onda em 440 HZ, por qual motivo o som de Lá de um piano é diferente de lá de um violino? E aqui o  grande truque surge. A diferença está nos harmônicos.
 
Harmônicos nada menos  são do que os tons que não exatamente fazem parte da nota mandatória mas que também são reproduzidos por ela. E eles vão mudar de instrumento pra instrumento, já que o tamanho do instrumento muda, sua composição, forma de ressoar a  nota, entre outros.

O valor mandatório sempre será os 440 HZ, mas as demais partes que o compõe vão mudar de instrumento pra instrumento. Esse vídeo aqui tem um pequeno exemplo disso, serve pra exemplificar. https://www.youtube.com/shorts/3xKYOy6Xjcs

Num diapasão, O Lá sempre será apenas 440 HZ. Mas em qualquer outro instrumento ele terá  outros harmônicos, por exemplo Tem dois enarmônicos, sol dobrado sustenido (G♯♯)[1][2] e si dobrado bemol (B♭♭)[1][2, além de outros que vão variar de acordo com o instrumento.

A questão é. Certos instrumentos atinge notas mais altas no espectro em seus harmônicos,   o que os faz demandar uma faixa maior de captura.

 
Como teste pode-se fazer o seguinte: Grave sua voz normalmente, como se fossem gravar um podcast. Aí vão no programa de edição de vocês, e cortem a faixa do espectro ali pelos 7000 HZ. Verão como a voz soa mais pobre, mais comprimida. Mesmo que a voz humana  esteja entre 80 a 250 HZ.

Dito tudo isso, vamos na questão da amostragem, bitrate e outras questões.
 
A música estar em flac lossless num bitrate  absurdo hoje em dia pouco significa, especialmente se ela  não tiver sido capturada com um microfone  capaz de entender essas faixas, o que é raro. Microfones normalmente capturam entre 20 HZ e 20 KHZ, ou 20000 HZ.

Teoricamente, a maior banda de um arquivo flac seria 36,864  KBPS, sendo este a multiplicação de 192 KHZ em 24 bits. Existem formatos de arquivos que vão ainda mais longe em 384 KHZ à    24 ou até 48 bits, mas é bem raro.

A questão é: Nem sempre esse bitrate foi preenchido na gravação. Muitas vezes só é capturado o que está entre os famigerados 20 HZ e 20000 HZ. E quando há alguma captura fora desse espectro, nem sempre ela será relevante.

Por isso o MP3 e o AAC principalmente atendem bem nesse sentido, por serem capazes de compactar todo o espectro normalmente  capturado em 99,9 % dos microfones.

Escrevi tudo isso pra dizer que a escolha de um bom fone de ouvido deve se dar na capacidade do fone de ouvido em reproduzir coisas entre os 20 HZ e 20 KHZ. E não pelo bitrate aceito, já que 16 bits em 44,khz atinge exatamente essa faixa. 

Não raros são os fones de ouvido que ficam devendo, alguns normalmente vão de 18 HZ a 18 KHZ ou 18000 HZ, e aí ficam devendo extensão em músicas que as demandem. 

É também sempre bom lembrar que faixas compactadas em bitrates absurdos demandam muito processamento. E é por isso que dispositivos compatíveis são mais raros e mais caros.

Por tanto, pra quem for assinar o Apple Music Classical, um mero microfone capaz de reproduzir faixas entre os 20 HZ e os 20 KHZ no bitrate de 16 /44110 está de absurdo tamanho. É só tomar cuidado com os fones bluetooth mais baratos ou muito sepecíficos e estará tudo certo.

Fatores como  isolamento do ambiente, qualidade técnica do fone ou até estabilidade da conexão farão bem mais diferença doq ue tecnicalidades tão específicas.