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O viajante caminhava lentamente, guiado apenas pelo fogo de uma tocha, diante da escuridão. Cada passo o aproximava do coração daquele lugar, onde a própria terra tremia.

Entre colunas quebradas e rios de brasa, a figura encapuzada aguardava. O ar queimava ao redor, e o tempo... acabou.

Diablo, na frente do viajante, ergueu o olhar. Nenhuma palavra, nenhum gesto. Apenas o estremecer do mundo.

O viajante tombou de joelhos, mas manteve firme a espada, cujo metal refletia não a luz, mas o próprio desespero.
-“Chega.” — sussurrou ele.

O demónio avançou, e o chão se abriu em fúria. Fogo e sombra se entrelaçaram, porém, o viajante cravou a lâmina no solo e liberou a runa que guardara desde o início de sua jornada — uma prece antiga, gravada em sangue e sacrifício.

O grito de Diablo fez o mundo tremer. O fogo recuou. As chamas, antes famintas, começaram a ceder, sugadas de volta para o vazio. No lugar do inferno, restou silêncio e um vento frio, carregando o cheiro de ferro e cinza.

Quando os aldeões retornaram dias depois, encontraram apenas as minas soterradas, e no centro das ruínas, um brasão gravado na rocha.

A vila repousou. Pela primeira vez em séculos, as crianças dormiram sem medo. Mas, sob a terra, algo ainda pulsava. Um calor discreto, um fôlego distante.

Porque maldições, mesmo quebradas, nunca morrem. Apenas esperam o próximo passo.