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Frágil by MaiaMaionese

Entre as bocas da mina, o Viajante parou, o ar pesado de enxofre e luto. A figura encapuzada de Diablo ergueu a cabeça. Seus olhos, brasas sem chama, encontraram o viajante. "O arrependimento é a única coisa que não retorna", sibilou a Voz do Pavor. "E a esperança." O Viajante sacou uma espada simples, sem brilho, feita de puro aço. "A esperança de um novo ciclo, talvez não," respondeu, o medo não mais do que um eco. "Mas o Fim desta volta, sim." O chão tremeu. Não com fogo, mas com a fúria da terra cansada de ser palco. Diablo sorriu, um estalar de rocha fundida. A lâmina encontrou o capuz. Não houve explosão de luz ou escuridão, apenas um som seco e final. O manto caiu, vazio. O Vazio que o Terror Primordial deixou para trás. A vila não encontraria descanso total, pois a semente do medo é eterna. Mas naquele dia, o fogo devoraria apenas a cinza do luto, não o resquício de vida. O ciclo foi quebrado, e o silêncio que se seguiu não era de terror, mas de paz frágil.


MaiaMaionese