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Num Universo Longínquo

Em um universo longínquo, onde a lógica parece se dissolver no vácuo do espaço, relacionado ao planeta Bellona — um corpo celeste corpulento e enigmático, dividido por uma fronteira invisível que separa dois climas extremos: de um lado, ventos corrosivos e uma segura cortante; do outro, tempestades densas e umidade sufocante. Nenhum ser vivo poderia, teoricamente, resistir ali por muito tempo.

Mas Kael, um cientista determinado e solitário, decidiu contrariar essa lógica. Movido não só por curiosidade científica, mas também por um passado familiar envolto em mistérios interplanetários, Kael fez de Bellona seu destino e missão.

Vestido com um traje atmosférico protótipo, ele atravessa lentamente a fronteira climática do planeta, experimentando em primeira mão as pressões violentas e os silêncios perturbadores que ecoam naquele mundo. Cada passo é uma odisseia: os sensores falham, o solo se rompe sob seus pés e o ar o pressiona com interesses invisíveis.

Apesar de tudo, Kael resiste. Ele conversa mesmo em gravações, humanizando seus próprios medos: "Não posso voltar sem entender por que esse planeta sobreviveu quebrado... e por que me sinto tão atraído por ele."

À medida que desbrava o lado úmido da barreira encontra, estruturas antigas, quase como se alguém — ou algo — já tivesse tentado viver ali. Bellona, antes do objeto de pesquisa, começa a se revelar como algo mais: uma consciência velada, uma entidade natural que testa o coração de quem ousa entrar.

Kael, cada vez mais exausto, se dá conta de que talvez as respostas não contenham nos dados climáticos, mas na própria disposição de continuar — mesmo quando a atmosfera insiste em empurrá-lo de volta.

E Bellona, silenciosa, observa.