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Desfecho da Maldição

O viajante retornou às minas quando o vento cessou de respirar.
O chão ainda pulsava, quente, como se o coração da terra se lembrasse do fogo antigo.
Com a tocha erguida, ele desceu os degraus esquecidos, e cada passo sussurrava nomes que o tempo tentou sepultar.

Lá embaixo, o silêncio tinha peso.
E dele, nasceu a forma — o manto escuro, o olhar que não vê, o nome que o mundo teme pronunciar.

Diablo.

Nenhuma palavra foi dita.
O viajante apenas fincou sua lâmina no solo e deixou que a luz da tocha tremesse diante da escuridão.
Por um instante, acreditou que o fogo recuaria. Que o ciclo poderia, enfim, ser quebrado.

Mas o riso do abismo ecoou.
As chamas, famintas, reconheceram seu mestre.
E o viajante compreendeu — a redenção não arde, ela consome.

Quando o sol nasceu sobre a vila, nada restava além de cinzas que dançavam com o vento.
Nem dor, nem salvação. Apenas o eterno retorno.
Porque onde o fogo dorme, Diablo observa.