Bellona observava, pensativo, a linha invisível que dividia o planeta em duas metades completamente diferentes. De um lado, tempestades elétricas incessantes pintavam o céu de roxo e dourado, enquanto o solo rachado liberava vapores tóxicos. Do outro, um frio extremo congelava rios inteiros e transformava as árvores em esculturas de gelo.
Apesar dos perigos, Bellona acreditava que a chave para a sobrevivência naquele mundo estava justamente além dessa barreira. Munido de um traje especial que ele mesmo havia construído, decidiu iniciar a maior de suas aventuras.
Sua primeira etapa foi atravessar a região de tempestades, enfrentando ventos cortantes e relâmpagos que quase atingiam seu traje. Durante dias, ele coletou amostras do solo e da atmosfera, registrando tudo no seu diário digital. Mas o verdadeiro desafio ainda estava por vir: atravessar a fronteira imaginária.
Com passos firmes, Bellona avançou. Ao cruzar para o outro lado, uma rajada gélida quase congelou seu visor. O frio era tão intenso que até a respiração parecia cristalizar no ar. Lá, ele descobriu formações misteriosas de cristais luminescentes, que pulsavam como se estivessem vivos.
Enquanto estudava os cristais, percebeu algo surpreendente: ambos os lados do planeta dependiam um do outro. Os vapores tóxicos do lado quente eram absorvidos pelos cristais do lado frio, que, em troca, liberavam partículas capazes de estabilizar a atmosfera.
Bellona entendeu, então, que a barreira imaginária não passava de um limite criado pelo medo do desconhecido. Determinado, registrou todas as descobertas e iniciou planos para unir as duas regiões, garantindo um futuro para aquele mundo.
E assim, sua odisseia estava apenas começando. Pois cada passo rumo ao desconhecido é, também, um passo rumo à esperança.
Kitty, Habblive.