Em meio ao majestoso Himalaia, em Rishikesh, comecei minha jornada espiritual durante meu intercâmbio na Ásia. Minha cabana de madeira está situada entre pinheiros antigos, cujas folhas sussurram segredos antigos ao vento. Diante de mim serpenteia o sagrado rio Ganga, refletindo os primeiros raios do sol da manhã.
A solidão é minha companheira, mas nunca me sinto sozinha. Eu estava imersa em um grupo de almas que procuravam mais do que apenas o tangível. Quando o sol nasceu pela manhã, eu estava à beira do rio para meditar. O som suave da água corrente me envolve enquanto o sol torna o céu dourado.
Uma aula de ioga é como uma dança cósmica liderada por um professor cujo corpo parece fluir em harmonia com o universo. Cada pose, cada respiração é uma homenagem à conexão entre corpo, mente e alma.
Ao longo do dia, exploro a zona, percorro os caminhos escondidos nas montanhas e medito sobre a grandeza da natureza. À noite, sob o céu estrelado, nos reunimos à volta da fogueira para partilhar histórias e pensamentos, as chamas dançando ao ritmo das nossas palavras.
Nessa imersão, caio num silêncio profundo onde as palavras se tornam redundantes e a comunicação se dá através do olhar e da energia partilhados. Foi neste momento de silêncio que encontrei a resposta que procurava.
As aulas são como joias encontradas em cada momento de reflexão e emoção. Aprendi a importância da presença, da gratidão e da aceitação. Descobri que a verdadeira paz não está fora de nós, mas dentro de nós, esperando para ser descoberta.
Ao deixar Rishikesh, senti-me renovada, como se tivesse despertado de um longo sono para a magia que permeia o mundo. Aquela experiência deixou uma marca indelével em minha alma, lembrando-me de que a jornada espiritual é uma busca contínua, uma dança eterna entre o eu e o cosmos.