JustPaste.it

O chão rangia suave a cada passo de Bellona, que andava devagar, atenta, entre as pedras que flutuavam naquele vale esquecido, onde até os nomes pareciam ter sido apagados com o tempo. Acima dela, o céu era uma mistura impossível, de um lado, um laranja em chamas, como se tudo estivesse prestes a acabar, do outro, um azul tão escuro que parecia engolir o ar. Respirar ali era estranho, o ar pesava, denso, como se o lugar estivesse vivo, mas cansado. Ela parou diante de uma árvore petrificada, cheia de marcas que lembravam feridas antigas. Um arrepio subiu pelas costas. Não era só o vento. Tinha algo ali, um sussurro, uma memória solta no ar. Bellona fechou os olhos por um momento, tentando se manter firme. Ela não estava fugindo. Estava ali porque precisava entender. Porque às vezes o mundo se parte por um motivo. E mesmo sem ter todas as respostas, ela seguiu em frente. Alguns lugares só querem ser escutados.