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Fim de Thalita.

Seu estômago por alguns segundos tornou-se ninho para borboletas, o coração apertava como se estivesse prestes a explodir. Thalita com imprecisão tentava hidratar seus lábios secos, as palavras se enroscavam em sua garganta, ao mesmo tempo que pensava nas consequências do que falaria a partir dali, também refletia sobre o peso do arrependimento que carregaria, caso não fosse sincera com seus sentimentos.

 

Pensava:

 

"O amor, sim o amor, talvez fosse um erro pensar que seria algo bom, pois a mão que afaga meu peito, é a mesma que o aperta. A mesma boca que acaricia minha alma com as suas palavras, é a mesma que a perfura. Mas sem você eu não vivo, querida. Então por muito desejei estar morta, mas talvez o amanhecer do sol não fosse mais belo, quando refleti sobre o fato de, já estar morta há muito tempo."

 

-****: Thalita, o que queria me dizer?

- Thalita: Que tal pararmos um pouco, gostaria que esse momento nunca acabasse.

- ****: Ele irá terminar quando me disser o que pensa, afinal eu mereço isso.

- Thalita: Você merece muitas coisas, e infelizmente talvez eu não seja uma delas.

- ****: É algo emblemático seu, pois em alguns momentos você fala com sua boca, mas não escuto com meus ouvidos.

- Thalita: Você me conhece, meu amor. As vezes quando falo baixo, quero dizer alto. As vezes quando choro, quero rir.

- ****: Você deixaria de me amar?

- Thalita: Claro que sim.

- ****: Eu também te amo.

 

Confortavam-se uma na outra, Thalita deitando seu rosto no colo de ****, e **** deslizando seus dedos nas bochechas magras de sua confidente. Apesar de serem tão diferentes uma da outra, algo em comum pairava a mente das duas, e isto era em relação a impossibilidade de viver aquele momento para sempre.

 

Irônico ou não, viver é reconhecer que toda história que começamos juntos com alguém, está fadada a se encerrar em algum momento. Quando escrevemos a primeira linha, escrevemos junto da última.

 

O sol nascia no horizonte, denunciando o fim daquele momento para as duas. Após levantarem-se e darem um último abraço, lágrimas escorriam em ambos os rostos jovens e sadios. Amar é algo tão jovem, pois esquece-se que amar alguém é também estar disposto a perdê-la, um raciocínio que as duas nunca imaginariam ter que pensar. 

 

As duas seguem os seus caminhos, dispostas a nunca esquecerem uma da outra, pois em algum dia se encontrarão novamente para terminar a história que nunca deveria ter acabado. Neste vida? Em outras? Não sabemos... Apenas é conhecido um fato irrefutável: Amar é deixar ir, então me vou com meus pensamentos.